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Café da Região do Cerrado Mineiro terá impressão digital

Visando proteger e promover ainda mais a origem e qualidade do produto, RCM sai na frente e investe em nova  ferramenta de rastreabilidade

A fama do café brasileiro atravessa as fronteiras internacionais há mais de um século.
Maior produtor do grão no mundo, o Brasil também lidera o ranking das exportações,
marcando presença em todos os continentes. Só este ano devem ser movimentados
cerca de R$ 70 bilhões no cenário nacional.  A partir de agora, o país também será o
primeiro a produzir café com identidade digital. E quem sai na frente é a Região do
Cerrado Mineiro, com o projeto de implantação da tecnologia fingerprint, que vai
atestar ainda mais a integridade e garantia da procedência do seu café. Uma
tecnologia que complementa a Denominação de Origem obtida em 2013, tendo agora
uma comprovação cientifica da exclusividade do café e do terroir Cerrado Mineiro.


O lançamento da tecnologia para o mercado está prevista para novembro, durante a
Semana Internacional do Café. O uso da ferramenta no setor cafeeiro é inédito no
mundo. Através dela será possível verificar cientificamente a origem do produto,
garantindo assim a sua integridade e fornecer mais segurança tanto para o produtor
quanto os compradores, sejam eles exportadores, importadores ou torrefações e
principalmente para o consumidor, que cada vez mais busca pela origem do café. A
inovação tecnológica que utiliza a inteligência artificial para gerar a impressão digital
chega para agregar valor ao Selo de Denominação de Origem, rastreabilidade que
existe desde 2013 na RCM.

Segundo o superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Juliano
Tarabal, entre as vantagens em se ter uma impressão digital do café está a liderança
na indústria com o uso de tecnologia inovadora e confiável e ainda uma aliada ao
combate ao uso indevido da origem café.


“Pela Região do Cerrado Mineiro já ter alcançado uma grande notoriedade no
mercado internacional, temos que reforçar as ferramentas de rastreabilidade para que
se evite a usurpação ou uso indevido da Denominação de Origem, que é quando o
café, seja in natura, seja industrializado, está utilizando e comunicando “Cerrado
Mineiro” sem ter passado pelo nosso processo de certificação de origem e qualidade
para atestar esta denominação. Considerando ainda que os cafés que comunicam
“Cerrado Mineiro” e não receberam a chancela da Federação dos Cafeicultores do
Cerrado para atestar a origem, podem até mesmo terem sido blendados com cafés de
outras origens e estarem sendo comunicados como “Cerrado Mineiro”, e é
exatamente neste ponto, integrando o finger print ao nosso processo de certificação,
que teremos a disposição do mercado esta ferramenta com base cientifica de
comprovação, para fazer a analise e termos a segurança de que o café analisado tem
sua origem 100% proveniente da Região do Cerrado Mineiro”, destaca Tarabal.
Assim como já ocorre com o selo de origem e qualidade, o fingerprint também vai
estar disponível para  os cafeicultores e toda cadeia de custódia componente da
Federação dos Cafeicultores do Cerrado do Cerrado nos próximos meses.

“Os estudos estão validados e o projeto encaminhado. Estamos agora estruturando

os processos para a implementação e assim começar a operar com o finger print.

É uma tecnologiaincontestável e segura pela base cientifica que possui.

Com esta iniciativa, mais uma vez o Cerrado Mineiro demonstra seu pioneirismo

em inovações e com seu foco constante na proteção e controle da origem para

gerar valor aos cafeicultores da Região”, pontua.

Pesquisa

Os estudos sobre a nova ferramenta começaram em 2016, com os primeiros contatos
com instituições de pesquisa, até que se chegou até a Oritain, uma empresa da Nova
Zelância que é destaque no setor e que em acordo com a Federação dos Cafeicultores
do Cerrado trabalhou durante 03 anos na analise das amostras para ter a
repetibilidade cientifica necessária, identificando o finger print dos cafés do Cerrado
Mineiro e os comparando com cafés de diversas outras regiões da Africa, América
Central e do Sul, além é claro de regiões brasileiras.
Juliano Tarabal acrescentou que a tecnologia também foi desenvolvida junto a
Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG, através de uma tese de mestrado
onde a acadêmica sob a orientação de uma cientista da área de química da
Universidade, conseguiu por meio de sua tese, por parâmetros científicos também
atestar o fingerprint do Cerrado Mineiro. “Desenvolvemos a tecnologia com a
participação destas duas  instituições. Elas trabalharam no projeto separadamente,
cada uma com seus laboratórios e equipamentos. Os métodos foram variados, mas a
tecnologia é a  mesma”, pontua.

Como funciona a  identidade digital do café

Para chegar à fingerprint do café da Região do Cerrado Mineiro é feita uma
espectrometria. Um equipamento utiliza grãos de café in natura ou mesmo o café
industrializado, para fazer a análise que irá gerar a impressão digital química.
Miligramas do café verde moído e diluído em água são usados no processo através de
um equipamento que gera a impressão digital, integrado a um programa de
computador que através de inteligência artificial atesta a identidade única.
De acordo as pesquisas realizadas pela Oritain, as plantas absorvem naturalmente
diferentes níveis de elementos químicos e isótopos e de elementos do solo, que
posteriormente são encontrados nos grãos de cada região, gerando uma impressão
digital de origem única.
Para desenvolver o projeto, a Oritain criou um banco de dados com  fringersprints  de
vários países. Amostras de café foram analisadas no Brasil, Ruanda, Indonésia
(Sumatra) e Honduras. Isto porque a impressão digital química do café brasileiro pode
ser diferenciada de outros países. Também pode existir uma diferença entre o café
coletado pelo Cerrado Mineiro e o de outras regiões e também entre os produzidos
dentro da Região do Cerrado Mineiro. Ou seja, os elementos encontrados na Região do

Cerrado Mineiro não necessariamente serão encontrados na mesma proporção do
solo do sul de Minas ou da Colômbia, por exemplo.

Créditos: Serifa Comunicação

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